O artesanato é uma das mais expressivas manifestações
da “arte popular” brasileira, que propicia fonte de resgate de valores, saberes
e fazeres populares, cujo significado agrega renda aos povos envolvidos. Assim,
o artesanato se destaca
como atividade econômica de reconhecido valor cultural, com
características de transmitir ao produto artesanal um estilo de arte, com
traços da identidade de um povo.
Minas Gerais se apresenta como um dos principais
berços da diversidade artesanal, dado à variedade da matéria-prima, serventia
do artesanato, opulência e originalidade das obras. Assim, a economia criativa vem
merecendo destaque nas políticas públicas e na geração de trabalho e renda para
as comunidades locais. Este segmento, criativo, apresenta importância crucial
na economia mineira, alcançando todas as regiões do Estado.
Contudo, é preciso salvaguardar
os produtos artesanais extraordinários e propiciar autoconfiança aos artesãos que
bravamente mantém as tradições e costumes preservados. Uma alternativa oficial e
recomendada é a da proteção de Indicação Geográfica – IG, na modalidade de Indicação
de Procedência, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI, autarquia federal vinculada ao Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior.
Jalapão é exemplo mais recente de conquista desta política
de Identificação Geográfica, mais especificamente o artesanato de capim
dourado, usado nas bolsas, acessórios femininos, entre outros de utilidade e decorativa.
Esta ação visa proteger os produtores e artesãos locais, agregar
valores, criar diferenciais, garantir a qualidade dos produtos e as características regionais. Outro exemplo da busca desta
Identidade refere-se à comunidade de São João del-Rei / MG, com as
peças artesanais em metal de estanho. Trabalhos únicos e exclusivos.
A perda da Identidade de
um produto é, em outras palavras, a perda de valor agregado. Vale citar a confecção artesanal dos tapetes
arraiolos de Diamantina / MG, procedente de Portugal. Iniciada no Vale do
Jequitinhonha em 1975, a
técnica emprega bordado de fios de lã sobre tela de juta.
Hoje este tapete artesanal é confeccionado em diversas regiões de Minas e do
Brasil, desassociado ao destino de origem. Outro exemplo infeliz, as bonecas namoradeiras
que conquistaram as janelas do País e do mundo, tem sua origem incerta, não
havendo registro histórico que assegure a Indicação de Procedência das namoradeiras.
Lamentavelmente, existem outros tantos casos de perda da Identidade Geográfica.
Em Minas
Gerais, mais especificamente no município de Sabará,
a Palma Barroca esteve adormecida na história, e hoje é bem lembrada como patrimônio
cultural desta comunidade. Originaria do Brasil Colônia, o resgate e renovação
se deram graças às parcerias firmadas entre entidades governamentais e não
governamentais. Acredita-se novamente na aliança destas entidades para a
conquista do selo de Identidade Geográfica da Palma Barroca, proporcionando à comunidade
de Sabará, guardiã e difusora deste exemplar artesanato, a merecida proteção.
Para saber mais sobre a Palma Barroca acesse o link abaixo. O
vídeo documentário trata da historia e da arte deste requintado artesanato. BRartesanato
http://www.youtube.com/user/BRartesanato#p/u/5/RcdLIjenaoA